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Revival de Séries: Mad Max

Revival de Séries: Mad Max

Desertos, radiação, carros customizados e punks…

A franquia Mad Max surgiu do cinema independente para a cultura popular, estabelecendo todos os elementos de filmes “pós-apocalípticos”, ou seja, histórias que se passam após desastres ou ataques que dizimaram toda a estrutura moderna da sociedade.

Feito no ápice da Guerra Fria entre Estados Unidos e a União Soviética, os filmes de Mad Max perguntam como seria a sociedade após um ataque nuclear de grande escala, caso houvesse sobreviventes, como eles se comportariam?

Isso, é claro, sob uma perspectiva muito particular das décadas de 1970 e 1980.

I Am the Night Rider – as origens humildes (e punks) de Mad Max

Revival de Séries: Mad Max

Cite um pôster mais legal que esse, é impossível

O primeiro filme foi feito com um orçamento mínimo, com atores (até então) amadores e um ex-médico sem muito conhecimento em técnicas cinematográficas na direção.

Mas todos os envolvidos tinham um sonho, uma ambição pronta para ser realizada.

George Miller era um médico quando teve a ideia de fazer um filme violento de vingança com muitas manobras de carros em um mundo decadente. Ele pensou nisso após presenciar várias vítimas de acidentes que ele costumava ver durante o expediente.

Assim como o próprio mundo de Mad Max, a produção do filme foi a definição mais pura de punk

Por exemplo, o futuro astro Mel Gibson estava na escola de atores quando foi acompanhar um amigo que iria fazer testes para o papel principal do filme. Gibson tinha, supostamente, se envolvido em uma briga de bar na noite seguinte, e mesmo debilitado no dia, acompanhou esse amigo no dia do teste.

Os produtores não se impressionaram muito com o teste do ator, mas quando viram a cara de Gibson (arrebentada e com curativos), eles decidiram que ele seria uma ótima opção para o papel de Max Rockatansky, e ele aceitou a proposta.

Essa é a versão de Gibson sobre os eventos. Já Miller diz que assistiu uma peça com os jovens atores e decidiu que Gibson tinha o carisma necessário para o papel.

Independente de qual versão está correta, a verdade é que o ator caiu como uma luva no papel.

Os carros foram customizados por Byron Kennedy (produtor e co-roteirista do filme), que focou bastante no design do Interceptor V8, o carro principal de Max no filme.

Revival de Séries: Mad Max

O famoso Interceptor V8, um dos carros mais icônicos da sétima arte

O orçamento foi tão baixo que muitos dos dublês que arriscaram a vida nas manobras do filme foram pagos com cerveja.

Parabéns, você quase morreu, toma aqui um fardo de cerveja

Mad Max é um dos filmes mais importantes do movimento Ozploitation, que se refere a filmes de exploitation (palavra que define filmes de baixo orçamento com temas polêmicos, que usam de violência, nudez e humor escrachado) produzidos na Austrália. 

Apesar do orçamento mínimo, a obra foi o maior sucesso de arrecadação em sua época, custando apenas 300 mil dólares e faturando 100 milhões pelo mundo, isso estabeleceu um recorde que foi batido apenas por A Bruxa de Blair em 1999.

É interessante voltar para esse primeiro filme, pois muito do que se associa com Mad Max vem em sua sequência. 

Este filme funciona como uma trama de vingança mais clássica, aqui o mundo ainda não sofreu o ataque nuclear, mas já se encaminhava para uma grande decadência, com gangues de criminosos dominando as cidades, enquanto os pilares da sociedade caíam aos poucos.

É uma obra que pode decepcionar os fãs que assistiram os próximos filmes da saga, pois há pouquíssima ação e um foco maior nos personagens.

Mas com o contexto de como ele foi feito, o primeiro Mad Max é uma obra impressionante, com um trabalho insano de dublês, perseguições brutais, direção criativa e um final inesquecível.

Max dirige em direção ao fim do mundo (literalmente)

Mad Max 2 – Harder, Better, Faster, Stronger

Revival de Séries: Mad Max

A caçada continua

Com o grande sucesso do primeiro filme, tudo pode ser triplicado na sequência, mais orçamento resultou em mais carros, mais ação, mais personagens e um mundo realmente único.

Lançado em 1982, Mad Max 2: A Caçada Continua (ou The Road Warrior, como é conhecido originalmente), mostra um mundo que foi devastado pelas bombas nucleares, tornando tudo em um deserto radioativo em que os sobreviventes lutam por gasolina e outras provisões.

As gangues voltam com muito mais estilo e vilania, adotando de vez aquele visual meio punk, meio new wave, meio sadomasoquista que ficou marcado na cultura pop.

A ação teve um grande upgrade, pois além dos cenários incríveis do filme, que demonstram esse mundo destruído em mais detalhe, as perseguições são maiores, os designs dos carros são mais criativos e a história é bem focada, diferente da abordagem mais fragmentada do primeiro filme.  

Isso resultou em um clássico do cinema de ação da década de 1980, que até hoje impressiona pela sua escala e pela precisão da direção, além de ter estabelecido o visual pós-apocalíptico na cultura pop para sempre.

Se você jogou Fallout ou assistiu qualquer história que se passe em um cenário pós-guerra nuclear, é mais que certo que o visual foi inspirado por Road Warrior. 

Ou seja, The Road Warrior revolucionou o gênero de ação em sua época, não havia nada parecido com ele antes.

Além do mais, nesse filme Max é acompanhado por um doguinho, o que torna o filme automaticamente melhor.

Revival de Séries: Mad Max

Quem é o bom menino?

We Don’t Need Another Hero – Cúpulas, Crianças e Tina Turner

Revival de Séries: Mad Max

The Road Warrior foi um grande sucesso e arrecadou ainda mais que o primeiro (ainda que tenha custado mais também).

Não demorou muito para se fazer uma sequência, dessa vez o final da trilogia. 

Mel Gibson já era um grande nome de Hollywood, então esse filme recebeu um orçamento muito mais robusto e, por consequência, procurava-se um público maior.

A ideia foi contratar a cantora Tina Turner, que vivia o ápice de sua popularidade na época, para contracenar com Gibson no papel da vilã Aunty Entity.

Com essa ideia de conquistar um público maior, o filme buscou diminuir a violência que era abundante nos dois primeiros para fazer algo mais palatável para a família e usou da então recente classificação indicativa PG-13 (acessível para crianças e adolescentes).

Sem muitas delongas, Mad Max: Além da Cúpula do Trovão (Beyond Thunderdome no original) é considerado o mais fraco da série, principalmente por essa diluição da essência mais visceral da franquia, é um filme feito para toda a família, imortalizado pela TV aberta nas Sessões da Tarde da vida e por sua música-tema que é um clássico das rádios de Flashback.

Figura carimbada na playlist dos seus pais (e nas suas também se você tem bom gosto)

Mas para fazer o advogado do diabo, esse terceiro filme tem, sim, algumas qualidades. 

A produção continua gigantesca, com cenários inventivos e memoráveis (a tal Cúpula do Trovão – dois homens entram, um homem sai), personagens continuam bizarros (Master Blaster) e os designs dos carros e das perseguições ainda são cativantes.

O problema ocorre mais pela segunda metade do filme, em que Max se encontra numa tribo de jovens e crianças e o filme descamba para uma trama mais “infantil”.  

Apesar da recepção mais morna, o terceiro Mad Max  fez bastante sucesso, mesmo que a diferença entre orçamento e bilheteria já não fossem tão absurdas (custou 10 milhões, faturou 30).

A (Longa) Estrada da Fúria

Revival de Séries: Mad Max

Foi realmente um dia adorável

Depois da trilogia, George Miller ficou um tanto cansado e decidiu focar em outros projetos, mas sempre houveram várias possibilidades de uma sequência, com centenas de pitches e storyboards feitos para a possível continuação.

Miller juntou muito desse material feito para o que viria a se tornar Mad Max: Estrada da Fúria (Fury Road no original).  A produção começou por cerca de 2011/2012 e se tornou um dos maiores desafios de sua carreira, Miller queria que o filme fosse tão visceral e orgânico quanto The Road Warrior fora em 1982.

A produção buscou ser o mais prática possível, usando computação gráfica apenas quando necessária, e focando em manobras, dublês e designs insanos de carros customizados que foram feitos de verdade.  

Um dos raros casos em que o filme faz jus ao trailer

Isso veio de uma época em que o cinema de ação ficava cada vez mais desgastado, com uso forte de cortes rápidos e câmeras tremidas que escondiam boa parte da ação e coreografia das cenas, uma trend que o novo Mad Max buscava ser o completo oposto.

Miller colocou sua esposa para editar o filme, pois de acordo com ele, “qualquer homem só faria o filme parecer como qualquer outro de ação”. 

O resultado foi uma edição precisa e direta ao ponto, sem uso de cortes rápidos, sem câmeras tremidas e nenhuma outra mania ruim da época. Toda a ação era clara e fácil de entender, a coreografia era exata e a composição milimetricamente eficiente.

Para o elenco, Tom Hardy foi escolhido como substituto para o novo Max, muito por conta das controvérsias e polêmicas na vida pessoal de Mel Gibson, que não retornou para essa sequência.

A personagem Furiosa foi o grande destaque do filme, interpretada por Charlize Theron.

A história era extremamente simples, um grupo precisa ir do ponto A ao ponto B e no caminho há uma perseguição que dura o filme inteiro. 

A cena que deixou todos boquiabertos no cinema

Max se torna, de certa forma, o coadjuvante da história, o que incomodou muita gente, mas ainda se encaixa no arquétipo de “protagonista que não quer ajudar uma causa, mas acaba sendo obrigado a ajudar por um benefício mútuo”, que é bem comum nesse tipo de trama.

Mas não é por ser simples que o filme não tenha nenhuma complexidade, Fury Road é complexo em seus detalhes, toda a construção do mundo é feita organicamente, por meio de diálogos breves e pelo design dos cenários, armas, carros e tudo mais.  

É um dos filmes que melhor entendeu que o cinema é, acima de tudo, uma mídia visual.

Fury Road estreou em 2015, exatamente 30 anos após Thunderdome, e se tornou um grande sucesso de público e crítica, com aprovação de 97% no site Rotten Tomatoes (baseado em 439 críticas), arrecadando cerca de 380 milhões pelo mundo (um número baixo considerando a sua influência).

Além disso, a obra também concorreu a 10 Oscars e venceu 6, incluindo melhor edição.

Fury Road revolucionou o cinema de ação dos anos 2010, abrindo passagem para uma nova geração de filmes que buscavam trazer de volta a essência de stunts, dublês, coreografias e edição como os principais componentes do gênero. 

Alguns exemplos notáveis são as franquias John Wick e Missão Impossível, que aproveitaram a recepção positiva de Mad Max para introduzir esses elementos de volta na cultura popular.

Uma das coisas mais lindas já colocadas em um filme

Com o sucesso do filme, logo se esperou que fosse anunciada uma sequência, e foram anunciadas duas: uma chamada Mad Max: The Wasteland, que deve continuar a saga de Max, e outra chamada Furiosa, que irá contar a história da personagem título.

Vale dizer que ambas foram anunciadas em 2015/2016, e até agora apenas uma foi confirmada de verdade.

Testemunhem

Após 9 anos desde Fury Road, foi lançado o trailer de Furiosa: Uma Saga Mad Max, que irá contar a história prévia da personagem Furiosa, desta vez interpretada pela sempre presente Anya Taylor-Joy.  

A recepção dos trailers se mostra um pouco dividida, o estilo e visual são inconfundíveis como elementos puros de Mad Max e George Miller continua na direção, mas o uso mais perceptível de computação gráfica preocupou muitos fãs.

De qualquer forma, Furiosa é um dos grandes destaques deste ano, é uma das obras mais aguardadas que merece ser vista no cinema.

O filme estreia dia 23 deste mês.

And the Road Warrior? That was the last we ever saw of him. He lives now only in my memories.

Fonte:

https://madmax.fandom.com/wiki/Mad_Max

https://www.imdb.com/

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