por Érick Oliveira
Queremos algo mais clean, minimalista…
Essa frase já se tornou uma espécie de piada para quem trabalha com design, mas não é difícil entender o porquê de ser tão usada nos últimos anos.
Tendências de design vem e vão (e voltam) durante as décadas, seja os tons pastel e neon dos anos 1990 ou a mistura de natureza e tecnologia dos anos 2000, há certos elementos que se tornam populares em determinada época.
A onda de minimalismo, apesar de ser bem presente hoje, já vem de décadas passadas, especialmente em marcas como a Apple, que tem sua filosofia de “menos é mais” há muito tempo.
Considerando que várias empresas grandes começaram a abstrair seus logos, muitas marcas começaram a correr atrás.
Também porque há um interesse maior do público em conteúdo mais direto ao ponto, sem muito texto e floreios. Isso é algo que estende além do design gráfico, também está presente em arquitetura, decoração e até como filosofia de vida: a ideia de se ater apenas ao necessário.
Apesar de ser um estilo do momento, devemos pensar que não necessariamente o minimalismo é a aplicação certa para todas as marcas.
Há marcas que realmente se tornaram mais interessantes com a abstração, mas o problema é que muitas marcas embarcaram na tendência não porque havia um interesse genuíno pelo estilo, mas porque ele se tornou o padrão, e ninguém quis ser deixado para trás.
Isso causou, em certos casos, uma perda de identidade de elementos que faziam essas marcas especiais.
Peguemos o caso time de futebol Clube Futebol Paranaense, que em 2019 mudou seu escudo tradicional para algo mais moderno.
Por um lado, é possível argumentar que o logo ficou bonito e faz o seu papel. Mas por outro lado, o elemento “futebolístico” ficou totalmente de lado, afinal, o escudo deixava inquestionavelmente claro que se tratava de um time de futebol. Já o novo logo poderia ser de qualquer marca.
Um caso que pode ser visto como positivo é o da já mencionada Apple, alguém conhece ou lembra do primeiro logo?
A abstração dos elementos e o novo uso de cores se tornou tão memorável que poucos se lembram do original. Foi de um desenho detalhado de Isaac Newton antes do “famoso incidente da maçã” para simplesmente “a maçã”.
Funcionou perfeitamente e estabeleceu toda a filosofia da marca desde então.
Ou seja, apesar do minimalismo ser a onda do momento, o estilo não necessariamente se encaixa em todas as marcas, depende muito do conceito e de como a marca pretende ser vista.
Obviamente, tudo isso é bem debatível e é baseado puramente em gostos pessoais, talvez você prefira a nova versão do escudo do CFP, ou encontrou um certo charme antigo na logo original da Apple.
Se sintam livres para debater suas opiniões.
Fontes:
https://quereralem.pt/blog/marketing/debranding-a-nova-moda-entre-as-marcas/
https://marketeer.sapo.pt/debranding-e-a-nova-tendencia-entre-as-marcas-da-burger-king-a-intel/
https://designculture.com.br/vamos-falar-sobre-minimalismo/
