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Rebranding: Velozes e Furiosos

Rebranding: Velozes e Furiosos
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Legenda: a icônica palavra associada a franquia Velozes e Furiosos.

Há poucas franquias na história do cinema que passaram por tantas diferentes abordagens quanto Velozes e Furiosos.

O que começou como um filme de ação para capturar o zeitgeist da cultura de tunagem de carros em 2001, acabou se tornando uma das séries mais lucrativas de filmes das décadas de 2000 e 2010 (e possivelmente 2020 também).

Dias mais simples

Primeiro, vamos contextualizar o início de tudo. 

Em 2001, foi lançado o primeiro “Velozes e Furiosos”, em um momento em que o ator Vin Diesel ainda não era um nome tão conhecido, tendo aparecido brevemente em “O Resgate de Soldado Ryan” (1998), e como protagonista do sci-fi “Eclipse Mortal” (2000).

Já seu outro ator protagonista, Paul Walker, havia feito alguns filmes, geralmente no papel de adolescente. 

A ideia do filme era fazer uma história similar a de “Caçadores de Emoção” (1991), estrelado por Keanu Reeves e Patrick Swayze, mas trocando o tema de surfe e adrenalina pela cultura de tuning de carros e corridas clandestinas, que crescia bastante na época.

Rebranding: Velozes e Furiosos

Legenda: o time original do primeiro filme.

Tanto que a trama é bem similar, Paul Walker faz o papel de Brian O’ Conner, um policial infiltrado com o objetivo de capturar Dominic Toretto (Vin Diesel). Mas como sempre ocorre nesse tipo de filme, Brian acaba encantado pelo mundo das corridas e fica em um dilema pessoal entre sua profissão e seus novos amigos (ou família, como costumam dizer).

O filme foi um sucesso considerável, alavancando a carreira de Vin Diesel, Paul Walker e Michelle Rodriguez.

Logo, uma sequência já foi planejada, mas por conta de conflitos de agenda, Vin Diesel não pode aparecer, também demonstrando descontentamento com o roteiro. Por causa disso, apenas Paul Walker retornou.

“+Velozes +Furiosos” foi lançado em 2003, e contava com novos personagens, como Roman Pearce (Tyrese Gibson) e Tej (o rapper Ludacris). O filme não agradou o público tanto quanto o primeiro, e muitos atribuíram esse desinteresse pela ausência de Vin Diesel.

Rebranding: Velozes e Furiosos

Legenda: o time da sequência contava com Paul Walker, Tyrese Gibson, Ludacris e Devon Aoki.

Rebranding N.º1: Tentando conquistar um público mais jovem (com Japão e carros deslizantes).

Após o resultado morno de “+ Velozes + Furiosos”, veio a primeira tentativa de rebranding da franquia. 

A ideia era trazer atores novos, em um cenário totalmente diferente (dessa vez Tóquio) e abordar as manobras de drift (uma técnica de direção em que o piloto intencionalmente faz o carro deslizar de lado em uma curva).

Em 2006, foi lançado “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio”, dessa vez sem nenhuma menção (exceto no final) aos personagens de Vin Diesel e Paul Walker. 

Na trama, o protagonista Sean (Lucas Black), é um jovem delinquente mandado para Tóquio para morar com seu pai divorciado, e acaba se envolvendo no mundo de corridas clandestinas, tendo que aprender a técnica do drift para poder competir e ganhar.

A resposta de “Desafio em Tóquio” divide muitas opiniões, muitos consideram o pior filme da franquia, pela ausência de seus protagonistas, mas há uma parcela que considera esse um dos melhores da série, por dar um sangue novo com manobras incríveis em um cenário interessante, além da introduzir Han (Sung Kang), um dos personagens mais queridos pelos fãs.

Apesar de haver essa divisão entre os fãs, o terceiro Velozes e Furiosos foi uma decepção de bilheteria, sendo o filme que menos faturou na franquia inteira (até hoje).

Rebranding: Velozes e Furiosos

Legenda: Desafio em Tóquio (2006) procurou revigorar a franquia com novos personagens e um novo cenário.

Rebranding N.°2: Novo modelo, peças originais.

Com o fracasso financeiro de Desafio em Tóquio, a abordagem foi trazer o elenco original de volta, com Vin Diesel, Paul Walker e toda a família reunida de novo. “Velozes e Furiosos 4” foi lançado em 2009, dirigido por Justin Lin (o mesmo de Desafio em Tóquio).

O filme voltava a uma trama de ação mais simples, com algumas corridas no meio, mas já ficava claro que o fascínio por tuning já não era o mesmo que em 2001, então toda a cultura de tunagem e corridas clandestinas foi ficando para trás a cada nova iteração.

A resposta foi um pouco mais positiva, mas ainda bem morna. De qualquer forma, foi o suficiente para bancar mais uma sequência, e mais um rebranding.

Rebranding N° 3: This is Brazil.

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Legenda: Velozes e Furiosos 5 trouxe a franquia para o Brasil, e revigorou o interesse do público.

Antes do falar filme em si, é necessário dar um contexto melhor sobre quem é realmente, Vin Diesel.

Apesar de sua aparência musculosa e cara de astro de ação, Vin Diesel é um grande nerd, fã de quadrinhos, games e RPG de mesa, tanto que ele chegou a escrever a introdução de uma das edições de Dungeons & Dragons.

Isso ajuda a entender os rumos que a franquia tomou nos anos seguintes, começando com “Velozes e Furiosos 5: Operação Rio” (2011).

Pouco se fala sobre carros e corridas nesses novos filmes, o foco da franquia se voltou totalmente para a ação, algo como um “Missão: Impossível” ou “007” com carros e manobras que desafiam todas as leis da física.

Essa abordagem se mostrou muito bem sucedida, pois acabou atraindo um público muito mais geral do que apenas admiradores de tuning e corridas. 

Outro fator que aumentou a popularidade da franquia foi a adição de astros de ação da velha e nova guarda a cada filme, como Dwayne “The Rock” Johnson, Jason Statham, Kurt Russell, John Cena, Idris Elba e Jason Momoa. 

Algo que vale mencionar é que Velozes e Furiosos é uma franquia bem inclusiva, considerando que boa parte do elenco são de etnias diferentes, inclusive com várias atrizes que também participam das cenas de ação, como Michelle Rodriguez, Charlize Theron, Gal Gadot e Brie Larson. 

Todos os filmes subsequentes seguiram essa abordagem, cada um mais absurdo que o outro. 

Rebranding Nº 4: Dizendo adeus para Brian.

Infelizmente, depois do lançamento de “Velozes e Furiosos 6” (2013), o ator Paul Walker faleceu tragicamente em um acidente de carro. 

Por conta disso, o roteiro de “Velozes e Furiosos 7” (2015) teve que cortar bastante do papel de Brian no filme, apesar de que o ator ainda aparece em algumas cenas que já havia gravado.

Legenda: o rosto de Paul Walker foi adicionado por meio de computação gráfica em determinados momentos.

O final de “Velozes e Furiosos 7” deu uma conclusão emocional ao personagem de Walker, dando a entender que no universo do filme, Brian desistiu da vida de aventuras para cuidar dos filhos e família.

Velozes 7 foi um sucesso astronômico, ocupando atualmente a décima primeira posição na lista de maiores bilheterias mundiais da história.  

Muitos fãs se demonstraram satisfeitos com essa conclusão, mas por conta do todo o dinheiro envolvido, logo mais uma sequência seria feita.

Piloto automático

Em 2018, foi lançado “Velozes e Furiosos 8”, contando com novos vilões, novas manobras, novos aliados, mas de qualquer forma, a resposta foi bem morna. Muitos críticos e fãs tem a opinião que em sua oitava edição, a franquia já estava se estagnando.

O caso não foi diferente para “Velozes e Furiosos 9” (2021), a recepção foi bem mediana, muitos passaram a reclamar dos absurdos da trama, como a adição de um irmão (até então nunca mencionado) de Toretto como o vilão do filme (vivido por John Cena).

Apesar do descontentamento, a franquia ainda é extremamente lucrativa para o seu estúdio, a Universal Pictures.

Um novo filme estreou em maio desse ano, “Velozes e Furiosos 10” (2023) trouxe uma nova ameaça para impactar a vida de Dominic Toretto e sua família. 

Legenda: Trailer de Velozes e Furiosos 10 (2023).

Para onde dirigir agora?

Os planos para finalizar a franquia estão para o décimo primeiro filme (ou possivelmente para uma trilogia final), mas sabemos que se ambos forem lucrativos, é bem provável que haja mais sequências, talvez focando em uma nova geração.

É estranho imaginar que uma série de filmes que começou como uma tentativa de atrair um público fascinado por tuning e corridas, acabou se tornando uma das sagas mais lucrativas do cinema moderno.

Independente das opiniões sobre cada filme (ou pela franquia inteira), é inegável que houve erros e acertos na gestão de como essa série fluiu durante os anos.

A primeira tentativa de rebranding foi mal planejada e rápida demais, a maioria das pessoas ainda estava muito apegadas aos personagens originais para aceitar uma nova geração. 

A segunda foi um pouco melhor, mas ainda sem a precisão que a terceira teve. Pode se dizer que o quinto até o sétimo filme foram os mais bem sucedidos da franquia, comercialmente e por popularidade. 

Já agora, os últimos filmes têm sido um “feijão com arroz”, são bem lucrativos, mas é difícil achar alguém que tenha realmente amado as últimas edições da franquia. 

A resposta para o décimo filme parece ser bem morna no momento, mas quem sabe para onde o futuro dirige?

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