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Os Rolês do Design pelas Noites Gregas

Nas últimas semanas, tive a oportunidade de descobrir um pouco mais sobre a história da mitologia grega através do podcast Noites Gregas, disponível no Spotify. 

Sim, eu sei que é um pouco peculiar, pois não é um assunto de interesse tão geral assim, mas vai por mim, é MUITO f@da! 

Dentre as várias passagens e aventuras narradas pelo professor Moreno no podcast, podemos pinçar diversos registros de elementos culturais, expressões verbais e estéticas, que surgiram na época de criação dos mitos do Olimpo e que são vigentes na sociedade até hoje. 

Atena ou Minerva?

Um bom exemplo é o caso do “Voto de Minerva”, expressão que se relaciona com a Deusa da justiça, Atena, que ganha o nome de Minerva, ao ser transladada para a mitologia romana. 

Atena ou Minerva, filha de Zeus, era uma Deusa, sensata pra caramba, que usava suas noções e senso de paridade para tomar decisões brandas, acalmando os ânimos e controlando os danos ao máximo para ambas as partes.

Portanto, o último e derradeiro voto na tomada de decisão no Panteão, cabia a Atena (ou Minerva, tu já entendeu né?). 

Esteticamente, é tudo muito bonito, representações épicas, deuses e deusas maravilhosos quase sempre retratados com corpos esculturais. É interessante reparar que, cada divindade possuía um encargo, portanto acabava sendo endereçado e adotado como um protetor de várias designações humanas. 

Poseidon, Deus dos Mares, recebia muitas orações e rituais feitos pelos navegadores, para fazerem boa viagem. Afrodite, Deusa da Beleza, fora enaltecida na busca de uma alma gêmea no casamento. Apollo, Deus da Luz e do Conhecimento, virou símbolo da medicina e suas ramificações. 

Maaaaas, se a gente fosse colocar uma divindade que representasse essa gentinha que nem eu, designer, na minha singela opinião, seria Hefesto. Sabe aquele cara, que tu olha e não dá nada, porém quando bota a mão na massa, sempre sai coisa boa? Esse era o Hefesto. 

Hefesto do povão

Normalmente a grande maioria dos deuses eram representados malhados, depilados e lindos, Hefesto não. Peludão, bruto e esquisito, o bicho era meio complicado no social, definitivamente a primeira impressão não era das melhores. O ferreiro do Olimpo, era conhecido como Deus operário, mas a gente pode chamar ele de “maker”. 

Armas, artefatos, joias, adereços, ele fazia de tudo e fazia muito bem. Na sua forja, ele fazia a mágica acontecer, usando o fogo para moldar e dar forma às suas criações. Agora, dá pra fazer uma relação interessante com o design, que também envolve a criatividade, transformação e a criação de algo que seja bonito e funcional. Assim como Hefesto dominava a arte da forja, os designers de embalagens, por exemplo, tem a responsa de criar embalagens que sejam atraentes e eficientes. 

Utilizamos de diferentes materiais e damos forma a eles, criando uma estrutura que protege o produto e mostra sua personalidade. Hefesto, com seu domínio do fogo, também tem relação com a importância do visual das embalagens. O fogo de sua forja é uma metáfora para a paixão e energia criativa, refletidas nas cores, nos gráficos e nas imagens que utilizamos para chamar a atenção dos consumidores. 

A identidade pode ser tão envolvente quanto uma chama de fogo, capturando o olhar das pessoas e despertando o interesse delas. E, assim como Hefesto prezava pela funcionalidade das suas criações, precisamos levar em conta a praticidade e a usabilidade. 

Entre deuses e meros mortais

Uma embalagem bem projetada deve ser fácil de manusear, de abrir e de guardar o produto, tornando a vida do consumidor mais fácil. 

Hefesto nos lembra que a aparência e a utilidade devem andar de mãos dadas no design (atualíssimo né?). Além disso, assim como Hefesto era conhecido pelas suas criações únicas e personalizadas, as embalagens podem ser vistas como uma forma de expressão da identidade da marca. 

Cada produto tem sua própria história e propósito, e o design da embalagem é uma oportunidade de comunicar tudo isso pro consumidor. Assim como Hefesto dava vida às suas criações, nós designers temos o poder de dar vida à marca e criar uma conexão emocional com as pessoas. 

Então, é isso, essa é uma das correlações que podemos traçar da mitologia grega para nossa vida e rotina profissional. 

Fica a recomendação do podcast Noites Gregas, que nos mostra que a mitologia é uma herança cultural riquíssima que faz parte da nossa constituição de sociedade de diversas formas, além de ser muito afudê!

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