por Érick Oliveira
Conheça o mundo extremamente lucrativo dos games mobile.
Você provavelmente deve ter instalado Candy Crush, Angry Birds, Project Makeover ou qualquer outro jogo de celular para passar o tempo.
Quem nunca esteve esperando o ônibus ou uma consulta médica, pegou o celular e viu minutos se transformarem em segundos enquanto jogava algum joguinho no celular?
E se você tem filhos, eles provavelmente já pediram para jogar Roblox ou Free Fire.
Roblox é um dos favoritos da criançada.
Esses games são extremamente lucrativos, seja pela inclusão de propagandas durante o seu uso, ou por conta de microtransações, o mercado de games mobile movimenta trilhões de dólares a cada ano.
Vale lembrar da febre do Pokémon Go há alguns anos, em que as pessoas saíam pelas ruas em busca de Pokémons com o celular na mão. Houve um ponto em que Pokémon Go estava faturando números na casa dos bilhões, durante os seus picos de popularidade.
Mas como esses games fazem tanto sucesso?
Uma das explicações vêm justamente por essa acessibilidade, todo mundo possui um celular hoje, seja adulto, idoso ou criança. O uso de celulares se tornou um pré-requisito obrigatório para se viver em sociedade.
É diferente de possuir um console como um Playstation, Xbox ou um PC Gamer, em que o investimento é muito mais alto e dedicado a apenas uma função (jogar).
A facilidade de ir ao App Store, procurar e baixar um game para seu celular é muito mais alta. Logo, milhares de pessoas, até as que jogam muito casualmente, possuem jogos para seus momentos de lazer.
Alguns jogos precisam ser comprados antes de seu uso, como o famoso Minecraft, mas a grande maioria é “gratuito” (com muitas aspas).
Microtransações – um oceano de centavos que equivale a bilhões.
O que faz esses jogos, supostamente gratuitos, faturarem bilhões de dólares é o seu uso de microtransações.
As microtransações são compras de pequeno valor feitas dentro dos jogos mobile. Essas transações permitem que os jogadores adquiram itens virtuais, recursos ou funcionalidades para melhorar sua experiência no jogo.
Podem ser itens especiais, armas com atributos melhores, ou apenas cosméticos (cabelos, roupinhas), coisas que são vendidas por preços bem pequenos, podendo até custar centavos.
Como esses itens são comprados constantemente por milhares de pessoas ao redor do mundo, o lucro final se mostra extremamente alto. Isso faz do mercado de jogos mobile um dos mais poderosos da atualidade.
O mercado chinês
Esses games são especialmente lucrativos na China, com a empresa Tencent sendo a maior do mercado.
A Tencent possui os direitos de jogos como PUBG Mobile e Honor of Kings, atualmente os dois mais lucrativos do mundo.
Um game que também chama bastante a atenção é Genshin Impact, da empresa chinesa miHoYo. O jogo possui bastante conteúdo em um mundo gigantesco para explorar, além de possuir milhares de escolhas de customização (por meio de microtransações, obviamente).
O game Genshin Impact é o terceiro mais lucrativo do mundo.
A pergunta que não quer calar: isso é um Cassino virtual?
Há muitas críticas sobre o modo como esses games são apresentados. São games que são hiperestimulantes, feitos com o propósito de serem extremamente viciantes.
Seu estilo é muito comparado ao de jogos de azar em cassinos, em que a pessoa é incentivada a gastar dinheiro constantemente para atender um estímulo gratificante e imediato.
Apesar de não ser um produto para mobile, o game Star Wars: Battlefront II (2017), da EA Games, chegou a sofrer uma investigação real no Havaí por conta de suas microtransações, que foram consideradas similares a de jogos de azar, proibidos no país.
O uso de microtransações já chegou a ser caso de justiça no Havaí.
Um argumento que pode ser feito é que as pessoas sabem o que estão jogando e têm discernimento para fazer essas compras. Mas o contra-argumento é que boa parte das pessoas que estão jogando esses jogos são crianças, mais suscetíveis a não entender o que estão fazendo, e expostas a esse hiperestímulo por horas.
De qualquer forma, nenhum pai ou mãe gostaria de receber uma conta gigantesca com itens comprados em microtransações pelos seus filhos.
