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A PPK da Cláudia – O perfil que dividiu a internet em 2023

A campanha da Gillette Venus.

O quão longe dá pra chegar com a publicidade?

É possível mostrar algo polêmico e ainda ser bem-sucedido? Com qual abordagem? Será que as pessoas vão entender e aceitar? Ou será que irão rejeitar? Existe um limite do que pode ou não ser mostrado?

Essas são algumas das questões que provavelmente passaram na cabeça da equipe de publicidade que criou a campanha da “PPK da Cláudia”. Talvez o perfil mais controverso do ano, que dividiu opiniões por todo o Brasil em algumas semanas.

De qualquer forma, eles decidiram testar e ver o que acontecia.

A ideia da Gillette Venus, uma linha exclusivamente feminina para depilação, era criar uma mascote com a aparência de uma vagina, em que o cabelo são os pelos pubianos. O conceito era ter uma abordagem mais leve que atraísse mulheres que usam essas giletes para depilar as partes íntimas.

A ideia aqui foi usar um dos “apelidos” mais famosos (PPK), e unir com um nome tipicamente brasileiro (Cláudia), que também remete a figuras famosas como Cláudia Raia e Cláudia Ohana (essa última por seu histórico de não-depilação).  

Algumas pessoas aceitaram numa boa, gostaram da coragem que a Gillette Venus teve em falar algo que é visto por muitos como um tabu, de forma saudável e bem-humorada. Mas outras viram como algo de mal gosto, ofensivo, e que a ideia de uma mascote parecia ser infantil demais para o produto representado.

Independente das opiniões divididas, se falou bastante do perfil por um determinado tempo. Até que, misteriosamente, ele foi apagado. 

Não se sabe se o perfil foi terminado por decisão da própria Gillette, ou se o Instagram decidiu que a campanha feriu suas políticas. É também bem provável que o perfil tenha recebido várias denúncias.

O que podemos aprender?

É difícil chegar a uma conclusão, talvez as pessoas ainda não estivessem prontas para esse tipo de campanha (provavelmente nunca estarão). 

Vale lembrar que durante a década de 1990, houve uma famosa campanha em conscientização do uso de camisinhas no Carnaval, em que um homem conversa com o seu próprio pênis, apelidando-o de “Bráulio”.

A propaganda praticamente destruiu o nome Bráulio para sempre.

A campanha também teve uma reação similar, alguns acharam engraçado e conscientizador, outros acharam ofensivo e constrangedor. 

O maior problema é que o nome Bráulio se tornou um apelido comum para o órgão masculino, e muitos homens com esse nome foram ridicularizados a partir daí. Alguns homens até mudaram de identidade para não serem relacionados à brincadeira da propaganda.

O medo é que mulheres com o nome Cláudia tivessem o mesmo estigma. Mas o tempo de divulgação da campanha foi tão curta que provavelmente não vai ser o caso.

De qualquer forma, as outras campanhas da Gillette Venus, que partem para um lado mais realista e formal, parecem ser melhor recebidas pelo público. 

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