por Gustavo Colombo
Nos últimos anos, testemunhamos uma mudança significativa nos hábitos de busca por informações, especialmente entre a geração mais jovem.
O Google, hegemônico por pelo menos duas décadas no quesito de buscar respostas, encontrar tutoriais e explorar uma infinidade de conteúdos online, tendo inclusive um verbo para si como ‘’google it’’ ou pro nosso lindo português com ‘’dá um google aí’’, já sente uma tendência fortíssima de que plataformas de mídia social, como o TikTok, estão se tornando cada vez mais populares como fontes de informação rápida e acessível.
O Fenômeno TikTok:
Apostando no compartilhamento e geração de conteúdos rápidos no formato vídeo, o TikTok foi abraçado facilmente pelo público mais jovem, que cada vez demonstra mais o apelo por conteúdos nesse formato rápido e dinâmico.
O TikTok entrou no ar em 2016 e os números estão aí para comprovar o tal fenômeno.
Ele teve um aumento de 1.157,76% em sua base global de usuários entre janeiro de 2018 e julho de 2020.
E claro, com tanta gente utilizando, as mudanças começam a aparecer nos anos seguintes.
A mudança de comportamento do consumidor:
O que tem se observado nos EUA é que os jovens têm utilizado o TikTok também como uma ferramenta de busca por informações.
Em vez de digitar palavras-chave em um mecanismo de busca, muitos estão recorrendo ao TikTok em busca de respostas rápidas e entretenimento informativo.
O aplicativo por si só possui um algoritmo que detecta preferências rapidamente, e que não é restrito, ou seja, numa hora você pode ser classificado como interessado em carros, futebol e humor, no outro momento você recebe conteúdo de arte, viagens e culinária.
A infinidade de convergências entre estes assuntos é devastadora e o algoritmo é esperto, muito esperto.
Com um mapeamento de preferências praticamente ao vivo e a possibilidade dos usuários buscarem por conteúdos extremamente qualificados (considerando que o usuário já está ali no aplicativo por grande parte do tempo), o TikTok tem feito a diferença.
O principal calcanhar de Aquiles do Google
O Google teve um acerto incrível quando lançou o seu esquema de ranqueamento de páginas, lá em 2001, com base em qualidade de conteúdo entregue e outros detalhes. Esse funcionamento é o que proporcionou toda a nossa experiência com a ferramenta extremamente eficiente, buscando e encontrando o que a gente sempre quis.
O Adsense, fonte de 80% da renda do Google, foi montado a partir dessa premissa. Se eu quero ranquear melhor, posso pagar por isso.
Estamos falando de uma movimentação de aproximadamente 200 bilhões de dólares anuais.
O trunfo sempre foi também o motivo de preocupação, pois se a receita determinasse o conteúdo, ficaria mais complicado de organizar.
E então surgiram as I.A.s (inteligências artificiais) para botar mais um tempero nesse caso.
O crescimento de toda geração de conteúdo feito por I.A. tem atrapalhado e bagunçado muito os resultados de buscas, deixando a experiência do usuário muito mais complicada e difícil, já que todo dia somos inundados com conteúdos gerados artificialmente.
E a geração Z tem demonstrado muito que está sem paciência para isso, sendo a primeira a reverter essa tendência de busca, saindo do Google, já que no seu app favorito encontram-se muitos conteúdos ainda feitos por humanos.
O Futuro
Toda discussão sobre geração Z, choque geracional e I.A. é muito ampla, então vamos nos ater a apenas algum vislumbre, se possível, de um futuro próximo.
Google, corre atrás porque a fila vai andar.
Pra botar uma vírgula
O surgimento do TikTok, essa discussão sobre mudança e o Google perdendo hegemonia nada mais é do que nosso universo se adaptando, é o que sempre foi e sempre será, se parar pra pensar é fascinante estarmos olhando pra isso.
E aí, qual será a nova ferramenta que virará verbo? Vou ali ‘’tiktokear’’ pra descobrir.
Fontes:
https://www.cnbc.com/2021/05/18/how-does-google-make-money-advertising-business-breakdown-.html
https://www.statista.com/statistics/266249/advertising-revenue-of-google/
https://www.nytimes.com/2022/09/16/technology/gen-z-tiktok-search-engine.html
https://gizmodo.uol.com.br/bard-agora-assiste-a-videos-no-youtube-e-os-resume-para-voce/amp/
