Vamos nos atualizar da fofoca da semana e entender mais sobre preço e percepção de valor.

Se você abriu as redes sociais nos últimos dias, com certeza se deparou com um nome e uma polêmica – Tânia Bulhões e sua exclusiva coleção de louças que, supostamente, não seria tão “exclusiva” assim.
Para contextualizar, a marca brasileira é conhecida no ramo do mercado de luxo e comercializa louças e aromas para casa com um alto valor agregado (você pode encontrar no site, por exemplo, uma xícara sendo vendida pela “bagatela” de R$ 210,00).
Acontece que uma consumidora percebeu que o design e ilustrações idênticas aos da marca estariam sendo usados em uma cafeteria na Tailândia, e sem o logotipo da Tânia Bulhões – o que fez a internet descobrir que havia comercialização dos mesmos produtos na Ásia e designs idênticos em marketplaces como a Shopee e AliExpress, por preços bem menores.

A repercussão foi tanta, que muitos clientes da marca desconfiaram da origem dos produtos e divulgaram vídeos raspando a logo das louças e descobrindo que havia a logo de outro fornecedor por baixo da pintura. E aí se sentiram lesados por estarem comprando um produto caro que pode ser encontrado facilmente em outros locais com preço menor.
Mesmo a marca garantindo a legitimidade de seus produtos, a polêmica já estava feita.
Teve vídeos de muitos consumidores, memes, pronunciamentos da marca, cancelamento de coleções e um bafafá que ainda vai perdurar. Mas aqui entre a gente, a análise vai mais fundo nas questões de marketing.
Você sabe a diferença entre preço e valor?
O consumidor não compra apenas um produto, ele compra significado, experiência e identidade. E é justamente nesse ponto que a diferença entre valor e preço se torna fundamental.
O preço é o que se paga. Valor é o que se recebe. Esse conceito, popularizado por Warren Buffett, explica por que tantas pessoas estão dispostas a pagar mais caro por determinadas marcas.
Mas o que justifica essa escolha? A resposta está no valor agregado. Quando um consumidor se identifica com a mensagem, os ideais e a experiência oferecida por uma empresa, ele está disposto a pagar mais porque enxerga esse diferencial.
Marcas como Apple, Nike e Starbucks são exemplos clássicos dessa lógica. O que elas vendem vai além de celulares, tênis ou café – elas vendem inovação, estilo de vida e status. Seus consumidores compram não apenas o produto em si, mas a experiência e o significado que a marca carrega.
Até aí tudo bem. Mas e quando a marca não entrega exatamente o valor que vende?
A qualidade precisa acompanhar a promessa
O valor percebido só se sustenta se o produto corresponder às expectativas. Um cliente pode até pagar mais caro por um item de uma marca que admira, mas, se a qualidade não estiver à altura ou se ele se sentir lesado de alguma forma, como alguns clientes da Tânia Bulhões, que achavam que estavam pagando a mais por um produto exclusivo, a frustração será inevitável.
Afinal, ninguém gosta de sentir que perdeu dinheiro em um produto que não vale o que custa.
Por isso, as marcas precisam garantir que o valor percebido pelo cliente esteja sempre alinhado com a realidade. De nada adianta ter um preço alto e um marketing impecável se a experiência do consumidor for frustrante. Qualidade, atendimento e consistência são essenciais para transformar compradores em defensores da marca.
Resumindo…
Empresas que entendem a diferença entre preço e valor conseguem construir marcas sólidas e conquistar clientes fiéis. Quando a marca entrega qualidade, propósito e uma experiência autêntica, o preço deixa de ser o fator decisivo e dá lugar à percepção real de valor. Mas essa lógica só vale quando os produtos correspondem à expectativa.
E aí, como será que a Tânia Bulhões vai gerenciar essa crise de percepção de valor? Seguiremos acompanhando…