Esse assunto já está em alta há algum tempo, mas, nos últimos meses, se tornou uma tendência no mundo digital.
Com as redes sociais em constante mudança e o foco crescente em vendas, as pessoas estão se sentindo saturadas. O resultado? Elas querem se conectar com marcas com as quais realmente se identifiquem. Afinal, quem não gosta de se sentir parte de algo? Todos nós temos nossas preferências, e é isso que nos faz escolher uma marca em vez de outra.
Então, isso significa que, ao escolher um produto, fazemos parte de uma comunidade?
A Apple é um ótimo exemplo. Seus clientes não só recomendam os produtos, como também são apaixonados por eles. Há até quem diga: “Entrei para o grupo dos iPhones e não consigo mais sair.” Isso porque os consumidores da marca se sentem parte de algo maior. Eles não estão apenas satisfeitos com o produto, eles se sentem parte de uma comunidade com a qual se identificam.
Com essa lógica, vamos pensar juntos: vale a pena ter milhões de seguidores se eles não engajam com o que você compartilha?
Hoje em dia, as marcas estão percebendo que o jogo mudou. Não se trata mais de números, mas de conexões genuínas. E é aqui que os microinfluenciadores entram. Com um público menor, mas segmentado e fiel, é possível falar de forma mais direta e autêntica, quase como se estivessem dando um conselho de amigo. Diferente dos macroinfluenciadores, que muitas vezes enfrentam o desafio de se comunicar com audiências diversas e amplas. No final das contas, tudo depende da estratégia que sua marca escolhe para se destacar e do público com o qual deseja se conectar.
Inclusive, o fenômeno dos “dailys” surgiu dessa necessidade de escapar dos grandes perfis dominantes na internet. Hoje, as marcas que estão atentas sabem que, se o objetivo é converter em vendas, faz mais sentido construir uma comunidade baseada em identificação real, e não apenas em números.
Portanto, as marcas entenderam que precisam mapear os gostos e preferências do seu público e trazer microinfluenciadores que compartilhem do mesmo perfil, ajudando a criar um senso forte de comunidade. Afinal, é isso que faz a diferença: criar uma conexão genuína e fazer as pessoas sentirem que pertencem a algo maior.
Outro exemplo interessante é a Simple Organic. Com a diversidade e ações ESG como pilares, a marca patrocinou a Copenhagen Fashion Week, um evento de moda mundialmente reconhecido por seu foco em sustentabilidade. Além disso, lançaram a ‘Enter Mag’, uma revista que promove a democratização da beleza limpa.
Essas ações aproximam ainda mais a marca do seu público-alvo: pessoas que se preocupam com o meio ambiente e a sustentabilidade. Elas se conectam com a marca antes mesmo de adquirir o produto.
De maneira semelhante, a conhecida roxinha também utiliza o senso de comunidade a seu favor. A empresa criou a NuCommunity para conectar experiências e compartilhar informações não apenas sobre o Nubank, mas também sobre vida financeira em geral. Os membros mais engajados têm acesso a conteúdos e experiências exclusivas.
Na prática, a plataforma promove a interação entre pessoas com interesses semelhantes, gerando a sensação de pertencimento. E o melhor: a NuCommunity está aberta a todos os usuários, não sendo necessário ter uma conta no Nubank para participar.
Outro movimento que está ligado a essa transformação é a perda da força do storytelling, e o que está vendendo agora é a “vibe”. Por muito tempo, a estratégia era criar uma história envolvente para sua marca, mas, hoje, o que importa é vender uma “vibe”. Estamos na era “pós-millennial”, onde o conteúdo que mais se destaca é o natural, não forçado e super elaborado.
Entender a “vibe” da sua marca está diretamente ligado ao branding. Trata-se de vender a ideia do seu produto de forma sutil. Em um mundo onde as estratégias de vendas estão cada vez mais evidentes e, automaticamente, saturadas, quem consegue vender sem que as pessoas percebam sai na frente. O que vai diferenciar sua marca no mercado é a forma como ela vai transmitir sua visão de mundo.
O futuro do digital e dos negócios está nas comunidades. E aí, qual a sua?